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terça-feira, 14 de junho de 2011

Geeks

Andando pela Avenida Paulista parei atrás de um grupo de geeks na esquina. Sinal fechado. Um deles, com sotaque nordestino, dizia, em tom de discurso: "Esse Java não presta, além de ter que colocar um monte de códigos você tem que escrever um monte de coisas ainda. Isso não é pra programador, isso é pra escritor!". Os outros concordaram prontamente. Um deles, gordinho de óculos, calado até então, não se segurou e desabafou: "E o dot net? EU NÃO POSSO ACEITAR ISSO!". O comentário acendeu os ânimos e todos começaram a falar e gesticular. Nisso o sinal abriu.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que li em 2010



Em 2010 eu comecei a ter acesso à biblioteca do CCBB-RJ, que tem um ótimo acervo, apenas entrando em um dos aplicativos do banco. Em alguns dias o livro chega na minha mesa em malote lacrado. Maravilha, praticamente não peguei livros em outro lugar neste ano. Como o sistema guarda o "histórico do usuário", fiquei com uma relação dos livros emprestados (e, portanto teoricamente lidos) ao longo do ano; coisa que eu sempre quis fazer e que nunca deu certo, quase sempre porque eu perdia a lista ou me esquecia dela.

Analisando a relação fica claro que não foram muitos livros, 10, não batendo nem a minha meta de um livro por mês. Situação acentuada pelo fato de que "Todos os homens do presidente" é apenas um livreto desses publifolha - apesar de ser um interessante panorama sobre o impedimento do Collor, escrito ainda no calor dos acontecimentos. Outro ponto negativo foi o fato de não ter lido inteiro o conjunto de ensaios do Ítalo Calvino "Por que ler os clássicos", que me agradou em vários momentos e me entediou em outros. "Formação econômica do Brasil" foi uma tentativa frustrada. O texto denso do Celso Furtado não me permitiu passar dos primeiros capítulos. Mas eu não desisto dele!

As perspectivas não são boas até aqui, pode parecer que o ano foi perdido, mas eu me dou um desconto pelo ano turbulento que foi 2010, principalmente no segundo semestre, e pelo principal foco das leituras do ano, a série sobre a ditadura militar escrita pelo Elio Gaspari. Os 4 volumes mudaram minha maneira de ver e pensar o Brasil. É o trabalho de quase 20 anos de pesquisa em

que o jornalista teve acesso a fontes incríveis, sobretudo o próprio general-presidente Ernesto Geisel. Um livro que mata a cobra e mostra o pau (to sendo chulo, eu sei), já que tudo o que se afirma tem sua respectiva nota de rodapé com a fonte da informação. Recomendo a todos.

Por fim, li finalmente o Código Da Vinci, que muito me agradou e duas biografias: A do Castro Alves, o materializador do estereótipo poeta-heroi romântico (jovem, belo -padrões da época -, abolicionista, republicano, tuberculoso, entre outras coisas...) e a do Marcinho VP, contada no Abusado, do Caco Barcellos; um mergulho nas favelas cariocas, sua formação e o sistema de tráfico dentro delas, e, principalmente, um mergulho no bom jornalismo investigativo.






Segue lista completa:

Por que ler os clássicos (não li inteiro)
Castro Alves: um poeta sempre
A Ditadura encurralada
A ditadura derrotada
O Código Da Vinci
A ditadura escancarada
A ditadura envergonhada
Abusado
Todos os homens do presidente
Formação econômica do Brasil (peguei e nem relei direito)

sábado, 7 de maio de 2011

Não recicláveis

Na esquina da FESP-SP, onde faço pós, tem uma cafeteria (um pouco puxada pra boteco). O expresso é caro, R$ 2,30, mas eu acabo tomando um toda quarta e sexta, um pouco pela sonera, um pouco por ir com o pessoal. Dia desses percebi que após tirar o café a moça do balcão - acho que ela não é especializada o suficiente pra ser chamada de barista - joga a borra dentro de uma gaveta, que fica no móvel de madeira que sustenta a cafeteira. Não consigo deixar de questionar o que é feito com essa borra. Depois de pensar um tempo cheguei a conclusão de que ela deve ir pro mesmo lugar pra onde vai a saliva da cadeira do dentista e os dentes de leite. Comentei isso com uma colega e ela acrescentou triunfante:
- "Deve ser o mesmo lugar onde a depiladora joga a cera usada!".


terça-feira, 1 de março de 2011

Rua Aurora, dia desses

Chego com um amigo em uma baladinha na rua Aurora e avisto o Copam. Aponto para ele, que é mineiro, a obra de Niemayer. Três moças que estavam por perto na esquina também olham para a direção indicada. Como elas interagiram comigo me senti na obrigação de comentar com elas também: “Edifício Copam...”. A loira, maior de todas, me responde “Ah é? Não diga..”, com a voz mais grossa que a minha, colocando os braços musculosos na cintura.