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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Ubiquação

Ubiquidade

Ubicuidad

Ubiquity

Ubiquité

Ubiquità

遍在; よく出会うこと; キリストの遍在

s.f. Palavra difícil em várias línguas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Como alugar ap em Sampa

Você está vindo do interior pra capital e precisa de lugar pra morar. Está saindo da casa de seus pais, ou vem de um aluguel no interior e não sabe o que te espera pela frente. Passei por isso há alguns meses e descobri na prática certas coisas que gostaria de saber antes de chegar a São Paulo. Aqui vão minhas dicas pra alugar AP por aqui:

1- Esteja preparado para arrumar fiador com imóvel na capital.

A primeira coisa importante a se saber é que a grande maioria das imobiliárias aceita apenas fiador que tenha imóvel na cidade de São Paulo. A desculpa geral é que em caso de inadimplência o proprietário teria que se deslocar até o interior. A alternativa quase sempre é o Seguro Fiança, que custa mais ou menos um alugue meio e tem que ser renovado todo ano. Dificilmente alguém vai aceitar outras formas de fiança, como cheque calção ou depósito.

2- Tenha a documentação em mãos.

Caso você já tenha um fiador, deixe a papelada em ordem. Provavelmente você vai precisar da cópia da escritura definitiva do imóvel acompanhada dos registros imobiliários e carnês de IPTU do último ano, cópia do CPF e RG, um comprovante de residência e um de renda. Além dos documentos do cônjuge do fiador. Com papelada em mãos você pode garantir logo o imóvel.

3- Não confie nas imobiliárias

Um número enorme de pessoas chega a São Paulo todos os dias procurando onde morar. Fora os problemas com inadimplência (contornados com fiador e seguro), a coisa é fácil pras imobiliárias. Então, nunca ache que elas vão retornar ligações pra você ou que o imóvel está ‘reservado’. A primeira pessoa que sentar na mesa de um corretor com a documentação em mãos leva sua reserva.

4-Onde?

Não posso ajudar muito nesse aspecto. Cada caso tem suas peculiaridades e o fator preço conta muito. Mas um conselho genérico é ficar, se possível, a no máximo meia hora do trabalho usando o transporte coletivo. São Paulo já vai roubar seu tempo e se você perder 3 horas por dia no trânsito não vai fazer mais nada. E pelos congestionamentos e pelo preço do estacionamento, carro não vale à pena. O metrô é ideal, mas cuidado, ele encarece os alugueis. Além disso, lugares onde milhares de pessoas trabalham hoje, como a região da Berrini, não tem acesso por metrô. Portanto, vale à pena verificar se existe à sua disposição uma linha de ônibus tranquila (sim, elas existem).

5-Quanto?

Mas uma difícil de citar. Vai do bolso de cada um. Mas vi muitos anúncios ridículos enquanto procurava, e imagino que alguém deva acabar optando por um deles no susto, portanto, falando em preço final (aluguel + condomínio + IPTU) não considere pagar R$ 800,00 numa kitchnet na República, Não pague R$ 1.000,00 num apartamento de 1 quarto em Santana, não ache barato R$ 1.800,00 dois quartos na Vila Mariana e desconsidere qualquer coisa acima de R$ 500,00 o quarto na Luz/Bom Retiro.

6- Conte pra todos

Isso ai, conte pra todo mundo que você está procurando apartamento. Encha o saco dos parentes, colegas, amigos, coloque na internet, coloque no mural do trabalho, enfim, comunique ao mundo. Alguém sempre sabe de algum lugar em São Paulo.

7- Use vários meio de informação.

Nas bancas de São Paulo (pelo menos quando eu procurava) havia apenas um jornal de classificados de imóveis. Ele é legal porque oferece a oportunidade de negociar diretamente com os proprietários. Os sites são bons, mas são inflacionados, devido à grande demanda. Procure também a lista telefônica e ligue para as imobiliárias que atendem o bairro onde você tem interesse de morar e gaste algumas horas no telefone.

Bem, acho que é isso. Só pra compartilhar a experiência. Espero que ajude alguém.

PS: tomem extremo cuidado com a Imobiliária Painel, de Santana, que foi de longe a mais antiética de todas com a que eu me deparei.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O Brás é Cinza

Crônica que eu mandei para o concurso cultural BB 2010. Ganhei uma menção honrosa e um fim de semana no Rio de Janeiro, com acompanhante!!! É muito bom ter ficado entre os 30 selecionados em meio a 343. O texto é um tanto quanto amargo. Acho que expressa os sentimentos de um recém chegado à metrópole:


O Brás é cinza. Suas calçadas se misturam às paredes das fábricas, aos postes e ao céu, formando uma grande massa monocromática. Até o preto do asfalto e dos fios que riscam o horizonte por toda a parte é fosco. O ar é encorpado, cansa os olhos e os pulmões, transportando o odor de esgoto junto à massa de poluição da cidade. Espremidos entre barracões, há prédios realmente delgados, com a face da rua comportando somente uma janela pequena, dando a impressão de que o edifício é formado por uma série de corredores empilhados. Alguns deles são adornados por pastilhas multicoloridas. Mesmo esses são cinzas. Na maioria das calçadas, homens, mulheres e crianças travam uma luta diária pela existência, habitando onde ninguém deveria habitar, comendo onde ninguém deveria comer, fazendo algum canto de banheiro e algum cimento de cama. Esses já estão definitivamente cendrados.

Foi no Brás que encontrei minha primeira casa em São Paulo e foi no Brás que eu comecei a presenciar a população batalhando com a cidade por espaço. Lá, tentando ganhar a vida na capital, três bons amigos dividiam um apartamento de 40 metros quadrados onde não cabia mais ninguém. Mesmo assim me receberam e me deram 3 metros quadrados perto da estante, 2 pro colchão, 1 pra mala. Como em tantos casos similares, cheguei à capital e fui superlotar uma habitação, ajudado pelos que haviam se arriscado primeiro. Essa cidade tem muito disso, compartilhar as dificuldades – sofremos juntos os desaforos que ela nos impõe.

No primeiro dia em que fui trabalhar no centro da metrópole entrei na estação de metrô do Brás por volta das 07h30min. Ali a linha vermelha sentido zona leste-centro, notoriamente a mais lotada, recebe o influxo de três linhas de trens metropolitanos. Eu nunca havia visto tantas pessoas juntas tentando tomar uma condução. A sensação foi de pavor. Uma verdadeira agorafobia. Na linha vermelha, no horário de pico, é quase impossível se mexer. Não dá pra coçar o nariz. Se um braço é levantado, só vai ser abaixado quando o passageiro sair do vagão. É nesse momento que você nota que as pequenas telas de LCD pendendo do teto apresentam imagens de lugares paradisíacos do Brasil, geralmente uma bela praia, com o título de "Preferia Estar", promovendo a maior piada de mau gosto do metrô.

Os paulistanos enfrentam a superlotação com distanciamento, da mesma maneira que um alcoólatra enfrenta a vida. Se estão desacompanhados, olham para o nada até o destino, como se estivessem a sós no vagão, ou em um lugar longínquo. Se estão com alguém, conversam sem qualquer discrição, falando alto os assuntos mais privados, como se estivessem em um local reservado: No trem lotado os paulistanos viajam sozinhos.

Esse distanciamento é o sintoma principal da vitória da cidade. Após os medos e desencantos iniciais, os prédios, as avenidas, os trens e as pessoas passam a ser apenas coisas produzidas do mesmo material. E se passa a enxergar toda a cidade como o Brás, e toda fila como mais uma parte do dia e todo pedinte como mais uma parte da vida. A rotina em São Paulo é uma besta dissimulada e persistente, que ganha por meio do cansaço. Ela suga suas cores dia após dia, consumindo tudo em fogo brando, e, de repente, você se observa no espelho e vê apenas cinzas.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tiririca, PV e o voto de protesto

Convencionou-se chamar de voto de protesto a eleição de candidatos cômicos e sem passado na militância política, como no caso do deputado federal mais votado deste ano, Tiririca. Há 4 anos havia sido Clodovil Hernandes e em 2002 o Sr. Enéas Carneiro. Longe de configurar um protesto real, a eleição desses candidatos é fruto da despolitização, da total falta de crença do eleitorado no sistema político do qual participa. Talvez um nome mais apropriado para esse fenômeno fosse voto de indiferença.

Porém, esse ano tivemos um fator diferente na eleição, o Partido Verde. Marina Silva apareceu como terceira via no sufrágio e acabou proporcionando boas votações para o candidato ao senado por São Paulo, Ricardo Young, que apareceu em quarto lugar com pouco mais de 11% dos votos. Acredito que a boa votação alcançada pela candidata, apesar de suas qualidades, não foi ideológica, mas fruto do verdadeiro voto de protesto executado pelas pessoas que não se conformaram com o clima de referendo imposto ao pleito e queriam expressar sua insatisfação com os dois partidos que tem se revezado no poder, PT e PSDB.

Marina colocou a sustentabilidade em pauta, o que é um grande mérito. Fez uma grande campanha e custou ao PT a vitória no primeiro turno. Mas teria a ex-seringueira lançado raízes sólidas para desde já ser considerada um dos candidatos favoritos para as eleições de 2014? Dificilmente. A onda verde, como foi chamada a arrancada final de Marina, é realmente uma onda: quebrou na praia e agora vai voltar e se dissipar no oceano. O partido verde brasileiro é o reduto do candidato em cima do muro. Quem não quer vincular a imagem a um dos grandes partidos e a nenhuma causa polêmica entra no PV, que afinal de contas tem a bandeira do meio ambiente, defendida por todos. Tome-se como exemplo a posição do partido no segundo turno. Poderia ter apoiado qualquer um dos dois oponentes, não está comprometido com nenhum dos projetos, não obstante Marina ter participado por tanto tempo do governo do PT. O posicionamento dos candidatos sobre os temas ligados ao meio ambiente não vai ser determinante para a migração dos votos de Marina no segundo turno.

Marina Silva representou nestas eleições, mais do que uma opção, uma válvula de escape de todo o eleitor que acreditava que os dois candidatos majoritários não eram bons o suficiente, sobretudo os que mantêm uma visão de esquerda e achavam que Dilma ou o PT não eram a melhor saída. Finalmente um protesto de verdade.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Charge do Opinião

Charge que eu publiquei em 13/10 no Opinião FC. A noite a situação se manteve com o timão perdendo para o Vasco por 2x0.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Maria Rita Kehl

Nesta terça-feira, 06/10/10, Maria Rita Kehl foi demitida de sua coluna no jornal O Estado de São Paulo, após publicar, no dia 02/10, o artigo "Dois Pesos...". Estranho para um jornal que publica todos os dias em sua capa o número de dias em que está sob censura (impedido de publicar notícias a respeito do envolvimento de Fernando Sarney, filho do dono, na operação Boi Barrica, da polícia federal).

sábado, 31 de julho de 2010

Vídeo Magia

Contra todos os argumentos dos amigos e parentes, contra todos os prognósticos do mercado e, talvez, contra sua própria razão, ele abriu uma vídeo locadora. E, como se não fosse o suficiente, resolveu que só alugaria fitas VHS. O nome era ‘Vídeo Magia 90’, o número remetendo à década. Só ele trabalhava na loja, que tinha apenas dois cômodos. Começava com uma pequena recepção, com balcão, uma estufa de salgados e uma TV de um metro e meio cúbico abaixo de um vídeo cassete de oito cabeças. Pôsteres preenchiam cada pedaço da parede.

Continuava em um salão com uma pequena janela, onde o acervo ficava exposto. Prateleiras pretas com 2 metros de altura preenchiam todas as paredes e riscavam quatro vezes o centro, formando corredores estreitos com um ar sombrio, quebrado apenas pela cortina vermelha, ao fundo, que delimitava os ‘filmes adultos’.

A inauguração despertou algum interesse da mídia local e gerou um pequeno movimento. As pessoas entravam e admiravam as caixas das fitas como se fossem objetos advindos do século XIX. Contudo, algumas pessoas liberavam um sorriso compulsório quando vislumbravam um velho conhecido. E eles estavam todos lá: Harry e Sally, Hannibal Lector, Mr. Udall, Willian Wallace, Forrest Gump, Jerry Maguire, Linkavich Chamovisk e tantos outros. Não que eles não estivessem disponíveis em outras mídias, mas aqueles ali eram os originais, os próprios, os que eles haviam reservado para o sábado, assistido três vezes - porque não teriam a chance de ver de novo tão cedo - e esquecido de rebobinar. As lembranças, precocemente longínquas, de uma coisa tão recente e arcaica, causavam um sentimento de conforto e segurança, como no final de um filme de ‘volta pra casa’.

Em algumas semanas a locadora estava entregue à poeira e o seu único cliente era seu próprio dono, que comia os salgados e assistia a filmes o tempo todo. Não obstante, ele a manteve aberta, consumindo seu patrimônio.

Entretanto, às vezes alguém entrava ali, por curiosidade, e se dirigia à sessão de aventura notando que havia uma cópia de Jurassic Park II, com a caixa imitando rocha fossilizada. Segurava o receptáculo como quem segura um espelho e sorria ternamente. Olhava a sua volta buscando tempos idos e encontrava apenas um único olhar cúmplice, que aquiescia com a cabeça.

domingo, 25 de julho de 2010

Compartilhar

Eu sempre gostei de escrever e desenhar pra expressar pensamentos divertidos ou inquietantes. Estranhamente nunca gostei muito de compartilhar essas criações com o resto dos seres humanos, excluindo uma meia dúzia de pessoas. Ou será que o estranho é ter vontade de que pessoas estranhas, ou pelo menos distantes, vejam o que você faz e compartilhem suas criações? Sei lá...

Pensei em outros nomes para esse blog. Inicialmente seria 'Espaçoso.com', fazendo graça com uma provocação que meus amigos insistem em fazer comigo, dizendo que sou folgado. Também pensei em 'Estilhaços', já que somos formados de tantos pequenos pedaços... Mas como esses nomes já estão em uso (espaçoso, acha???), acabei ficando com Pacaembuanas.

Com ele quero ocupar algum espaço da minha vida, e de quem vier a ler, e espero juntar alguns cacos.